Terapia do Esquema:
como funciona?
Todos nós temos necessidades físicas e emocionais que precisam ser supridas ao longo da vida, especialmente na infância e adolescência, quando estamos construindo as bases de quem somos. Na maioria das vezes, nossos cuidadores ficam mais atentos às necessidades físicas, não dando tanta atenção às emocionais.
As necessidades emocionais a serem supridas são:
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Vínculos estáveis e seguros
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Autonomia, competência e sentido de identidade
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Liberdade de expressão das emoções e necessidades válidas
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Espontaneidade e lazer
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Limites e autocontrole
Algumas pessoas precisam de mais algumas necessidades do que outras, conforme o temperamento. Quando há falhas recorrentes no suprimento dessas necessidades, podemos criar uma cicatriz. Nela, temos a sensação dessa falta, uma fixação no tema emocional, a qual chamamos de Esquema Inicial Disfuncional. Existem 18 EIDs mais comuns:
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Abandono/Instabilidade: Percepção de que os outros são instáveis e indignos de confiança; que são emocionante instáveis e imprevisíveis, podendo nos abandonar.
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Desconfiança/Abuso: Expectativa de que outros vão machucar, abusar, humilhar, enganar, mentir, manipular ou aproveitar-se.
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Privação emocional: Expectativa de que não teremos ter um grau adequado de apoio emocional. Isso pode incluir cuidados (afeto, atenção, carinho, companheirismo), empatia, proteção (força, direção ou orientação)
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Defectividade/Vergonha: Sentimento de que somos falhos, maus, indesejados, inferiores ou inválidos em aspectos importantes.
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Isolamento social/alienação: sentimento de que estamos isolados do resto do mundo, de ser diferente das outras pessoas e/ou de não pertencer a qualquer grupo ou comunidade.
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Dependência/incompetência: crença de que sermos incapazes de dar conta das responsabilidades cotidianas de forma competente sem considerável ajuda alheia (por exemplo, cuidar de nós mesmo, resolver problemas do dia-a-dia, exercer a capacidade de discernimento, cumprir novas tarefas, tomar decisões adequadas).
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Vulnerabilidade ao dano ou à doença: Medo exagerado de que uma catástrofe iminente cairá sobre si a qualquer momento e de que não há como a impedir.
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Emaranhamento/self subdesenvolvido: Envolvimento emocional e intimidade em excesso com uma ou mais pessoas importantes, dificultando a individuação integral e desenvolvimento social normal. Muitas vezes, envolve a crença de que ao menos um dos indivíduos emaranhados não consegue so viver ou ser feliz sem o apoio constante do outro. Pode também incluir sentimentos de ser sufocado, fundido com outras pessoas e de não ter uma identidade individual suficiente. Com freqüência, é vivenciado como sentimento de vazio e fracasso totais, de não haver direção e, em casos extremos, de questionar a própria existência.
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Fracasso: Crença de que fracassou, de que fracassará inevitavelmente ou de que é inadequado em relação aos colegas em conquistas (escola, trabalho, esportes, etc.). Costuma envolver a crença de que é burro, inepto, sem talento, inferior, menos exitoso do que os c e assim por diante.
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Arrogo/grandiosidade: Crença de que é superior a outras pessoas, de que tem direitos e privilégios especiais, ou de que não está sujeito às regras de reciprocidade que guiam a interação social normal. Envolve a insistência de que se deveria poder fazer tudo o que se queira, independentemente da realidade, do que outros consideram razoável ou do custo a outras pessoas. Tem a ver com o foco exagerado na superioridade (estar entre os mais bem sucedidos, famosos, ricos) para atingir poder ou controle (e não principalmente para obter atenção ou aprovação). As vezes, inclui competitividade excessiva ou dominação em relação a outros: afirmar o próprio poder, forçar o próprio ponto de vista ou controlar o comportamento de outros segundo os próprios desejos, sem empatia ou preocupação com as necessidades ou desejos dos outros.
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Autocontrole/autodisciplina insuficientes: Dificuldade ou recusa a exercer autocontrole e tolerância à frustração com relação aos próprios objetivos ou a limitar a expressão excessiva das próprias emoções e impulsos. Em sua forma mais leve, o paciente apresenta ênfase exagerada na evitação de desconforto: evitando dor, conflito, confrontação e responsabilidade, à custa da realização pessoal, comprometimento ou integridade.
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Submissão excessivo ao controle dos outros, por sentir-se coagido, submetendo-se para evitar retaliação e o abandono.
a) Subjugação das necessidades: supressão das próprias preferências, decisões e desejos.
b) Subjugação das emoções: supressão de emoções, principalmente a raiva.
Envolve a percepção de que os próprios desejos, opiniões e sentimentos não são válidos ou importartes para os outros, Apresento-se como obediente.
13. Autossacrificio: Foco excessivo no cumprimento voluntário de necessidades de outras pessoas em situações cotidianos à custa da própria gratificação.
14. Busca de aprovação/busca de reconhecimento: Ênfase excessiva na obtenção de aprovação, reconhecimento ou atenção de outros pessoas, ou no próprio enquadramento, à custa do desenvolvimento de um senso de self seguro e verdadeiro.
A auto-estima depende principalmente das reações alheias, em lugar das próprios inclinações naturais. Por vezes, inclui uma ênfase exagerada em status, aparência, aceitação social, dinheiro ou realizações como forma de obter aprovação, admiração ou atenção (não principalmente em função de poder ou controle).
15. Negativismo/pessimismo: Foco generalizado, que dura toda a vida, nos aspectos negativos (sofrimento, morte, perda, decepção, conflito, culpa, ressentimento, problemas não resolvidos, erros potenciais, traição, algo que pode dar errado, etc.), enquanto se minimizam ou negligenciam os aspectos positivos ou otimistas. Costuma incluir uma expectativa exagerada - em uma ampla gama de situações profissionais, financeiras ou interpessoais - de que algo vai acabar dando muito errado, ou, que aspectos da própria vida que parecem ir muito bem acabarão por desabar. Envolve um medo exagerado de cometer erros que podem levar a colapso financeiro, perda, humilhação ou a se ver preso em uma situação ruim. Como exageram os resultados negativos potenciais, essas pessoas costumam se caracterizar por preocupação, vigilância, queixas ou indecisão crônicas.
16. Inibição emocional: Inibição excessiva da ação, dos sentimentos ou da comunicação espontâneos, em geral para evitar a desaprovação alheia, sentimentos de vergonha ou de perda de controle dos próprios impulsos.
As áreas mais comuns da inibição envolvem: (a) inibição da raiva e da agressão; (b) inibição de impulsos positivos (por exemplo, alegria, afeto, excitação sexual, brincadeira); (c) dificuldade de expressar vulnerabilidade ou comunicar livremente seus sentimentos, necessidades e assim por diante; (d) ênfase excessiva na racionalidade, ao mesmo tempo em que se desconsideram emoções.
17. Padrões inflexíveis/postura crítica exagerada: Crença subjacente de que se deve fazer um grande esforço para atingir elevados padrões internalizados de comportamento e desempenho, via de regra para evitar críticas. Costuma resultar em sentimentos de pressão ou dificuldade de relaxar e em posturas críticas exageradas com relação a si mesmo e a outros. Deve envolver importante prejuízo do prazer, do relaxamento, da saúde, da auto-estima, da sensação de realização ou de relacionamentos satisfatórios.
18. Postura punitiva: Crença de que as pessoas devem ser punidas com severidade quando cometem erros.
Com auxilio de técnicas cognitivas, emocionais e vivenciais, a Terapia do Esquema ajuda a descobrir e desfazer os fatores de manutenção da ativação desses temas emocionais na vida adulta. O paciente aprende quais são as suas necessidades emocionais e como suprir-las de forma saudável.
Essa abordagem é indicada para casos de transtornos emocionais que não respondem bem a terapia tradicional, problemas de relacionamento recorrentes, autoestima baixa e transtornos da personalidade.